terça-feira, 15 de março de 2016

MODULO 2

            SISTEMA CIRCULATÓRIO

A função básica do sistema circulatório é a de levar material nutritivo e oxigênio às células. Assim, o sangue circulante transporta material nutritivo que foi absorvido pela digestão dos alimentos as células de todas as partes dos organismos. Da mesma forma o oxigênio que é incorporado ao sangue, quando circula pelos pulmões, será levado a todas as células. Além dessa função primordial o sangue circulante transporta também os produtos residuais ao metabolismo, desde os lugares onde foram produzidos até os órgãos encarregados de os eliminar. O sangue possui ainda células especializadas na defesa orgânica contra substâncias estranhas e microorganismos. Para que o sangue possa circular, o sistema de condução é fechado e há um órgão central – o coração – que funciona como uma bomba contrátil-propulsora. Por meio de permeabilidade seletiva, que se processa através de fenômenos físico-químicos complexos, material nutritivo e oxigênio passam dos capilares para os tecidos, e os produtos do resíduo metabólico passam dos tecidos para os capilares.

Divisão:

a) sistema sanguífero: cujos componentes são os vasos condutores do sangue (artérias, veias e capilares) e o coração (o qual pode ser considerado um vaso modificado).
b) sistema linfático: formado pelos vasos condutores da linfa (capilares linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e por órgãos linfóides (linfonodos e tonsilas);
c) órgãos hemopoíeticos: representado pela medula óssea e órgãos linfóides (baço e timo).

Coração: é um órgão muscular, oco, que funciona como uma bomba contrátil-propulsora. O tipo muscular que forma o coração é de tipo especial – tecido muscular estriado cardíaco – e constitui sua camada média ou miocárdio forrado internamente o miocárdio existe o endotélio, o qual é contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou saem do coração. Esta camada interna recebe o nome de endocárdio. Externamente ao miocárdio, há uma serosa revestindo-o, denominada epicárdio. A cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) e entre átrios e ventrículos existem orifícios com dispositivos orientadores da corrente sangüíneos – são as valvas.
Forma: o coração tem forma aproximada de um cone truncado, apresentando uma base, um ápice e faces (esternocostal, diafragmática e pulmonar).
Situação: o coração fica situado na cavidade torácica, atrás do externo, acima do músculo diafragma sobre o qual em parte repousa, no espaço compreendido entre os dois sacos pleurais (mediastino). Sua maior porção se encontra à esquerda no plano mediastino. O coração fica disposto obliquamente de tal forma que a base é medial e o ápice lateral.
Morfologia interna: quando as paredes do coração são abertas verifica-se que a cavidade cardíaca apresenta septos que subdivide a cavidade em 4 câmaras. O septo horizontal – septo átrio ventricular divide o coração em duas porções superior e inferior. A porção superior apresenta o septo sagital - septo inter atrial, que divide em duas câmaras: átrios direito e esquerdo. Cada átrio possui um apêndice: a aurícula.
            A porção inferior apresenta também um septo sagital – septo inter ventricular que a divide em duas câmaras: os ventrículos direito e esquerdo. O septo possui dois orifícios um à direita e outro à esquerda, possibilitando assim a comunicação entre AD-VD e AE-VE. Os ostios são providos de valvas que permitam somente a passagem do sangue dos átrios para os ventrículos. A valva direita é a tricúspide e a esquerda a mitral. Estas valvas são presas a cordas tendíneas que prendem a valva a músculos papilares para que não ocorra a eversão da válvula para o átrio durante a sístole ventricular.

SISTEMA DE CONDUÇÃO
            A atividade cardíaca é feita da n. vago (que atua inibindo) e do simpático (que atua estimulando). Esses nervos agem sobre uma formação situada na parede do átrio direito – o nodo ou nó sinu-atrial, considerado como o “marca passos” do coração, e se propaga pelo coração através do nó átrio ventricular.

Tipos de circulação:
- Circulação Pulmonar: tem inicio no ventrículo direito onde nasce o tronco pulmonar, segue pelo tronco pulmonar que se bifurca em artéria pulmonar direita e esquerda que vai para os pulmões. Após sofrer hematose o sangue volta para o coração pelas 4 veias pulmonares no átrio esquerdo.
- Circulação Sistêmica: tem inicio no ventrículo esquerdo com a artéria aorta, de onde o sangue é bombeado para a rede de capilares dos tecidos de todo organismo. Após as trocas o sangue retorna pelas veias superior e inferior ao átrio direito.

Artérias: são cubos cilindróides, elásticos, nos quais o sangue circula, podem ser classificadas em artérias de grande, médio e pequeno calibre e arteríolas levando em consideração a sua estrutura e função as artérias classificam-se em elásticas ou de grande calibre (ex.: aorta, tronco braquiocefálico, subclávia); distribuidoras (ou musculares) ou de tamanho médio (maioria das artérias do corpo); arteríolas, são os menores ramos.
- ramos terminais: quando a ateria dá ramos e o tronco principal deixa de existir por causa dessa divisão (bifurcação). Ex.: artéria braquial que ao nível do cotovelo bifurca-se em duas outras: artéria radial e ulnar.
- ramos colaterais: é quando a artéria emite ramos e o tronco principal continua a existir.

Veias: são maiores do que as artérias em maior número tem parede mais fina, são normalmente mais superficiais, têm maior calibre que as artérias podendo quadruplicar seu diâmetro.
            A presença de válvulas é uma das principais características das veias, embora haja exceções, pois estão ausentes nas veias do cérebro e algumas veias do tronco e do pescoço.
            A insuficiência de muitas válvulas de uma mesma veia provoca sua dilatação e conseqüentemente estase sangüínea, tal fato é conhecido com o nome de varizes.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

            A respiração consiste na absorção pelo organismo de oxigênio e a eliminação do gás carbônico resultante de oxidações celulares.
            Didática e funcionalmente o sistema respiratório está dividido em duas partes:
a)    porção de condução
b)    porção de respiração
À primeira porção pertencem os órgãos tubulares cuja função é levar o ar inspirado até a porção respiratória, representada pelos pulmões, e destes conduzir o ar expirado, eliminando o CO2. Assim dos pulmões o ar é expirado e conduzido pelos brônquios traquéia, órgãos que realmente funcionam como tubos condutores de ar. Acima destes, entretanto situam-se a laringe, a faringe e o nariz que não são apenas condutores aeríferos. Assim a laringe é também um órgão responsável pela fonação, a faringe está relacionada com o sistema digestivo; parte dela servindo de tubo condutor de alimento; e o nariz apresenta porções que cumprem função olfatória.

Nariz:

- nariz externo: é visível externamente no plano mediano da face, apresentando-se no homem, como uma pirâmide triangular em que a extremidade superior corresponde ao vértice da pirâmide e é denominado raiz, e a inferior base. Nesta encontra-se as duas aberturas em fendas, as narinas, separadas por um septo e que comunicam o meio externo com a cavidade nasal. O ponto mais projetado anteriormente, da base do nariz recebe o nome de ápice e entre ele e a raiz estende-se o dorso do nariz. O esqueleto do nariz é osteo-cartilagíneo.
- cavidade nasal : comunica-se com o meio externo através das narinas, situadas anteriormente, e com a porção nasal posteriormente através das coanas. Na verdade, as coanas marcam o limite entre a cavidade nasal e a porção nasal da faringe.
            A cavidade nasal é dividida em direita e esquerda pelo septo nasal.
            O septo nasal apresenta-se quase sempre desviado para direita ou para esquerda e grandes desvios podem dificultar a respiração.
            Está constituído por partes cartilaginosa (cartilagem do septo nasal) e óssea (lâmina apendicular do osso vômer).
            A partir do osso etmóide encontra-se as conchas e meatos nasais. As conchas nasais existem para aumentar a superfície da mucosa da cavidade nasal pois é esta superfície mucosa que umedece e aquece o ar inspirado.
            A cavidade nasal pode ser dividida em vestíbulo, região respiratória e região olfatória. O vestíbulo segue-se imediatamente às narinas, compreendendo uma pequena dilatação revestida de pele apresentando pelos. Ao vestíbulo segue-se as regiões respiratórias e olfatoria recobertas por mucosa. A região olfatória é bastante reduzida no homem, restringindo-se a conha superior e 1/3 superior do septo nasal. Desta região partem as fibras nervosas que em conjunto, constituem o nervo olfatório e que atravessam as aberturas da lâmina crivosa do osso etmóide.
            Convém ressaltar que a mucosa da cavidade nasal é extremamente vascularizada, particularmente na porção anterior do septo nasal que freqüentemente é sede de hemorragias nasais (epistaxe).
- seios paranasais:
            Alguns ossos do crânio entre eles o frontal, a maxilar, o esfenóide e o etmóide, apresentam cavidades denominadas seios paranasais cujas funções são obscuras embora muitas teorias tenham sido propostas para esclarecê-las.
            As paredes ósseas que separam os seios paranasais das cavidades assinaladas são muito finas, podendo ser rompidas em processos patológicos.

Faringe
É um tubo muscular associado a dois sistemas : respiratório e digestivo, situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe, reconhecendo-se nela, por esta razão, três partes: parte nasal, superior que se comunica com a cavidade nasal através das coanas; parte bucal, média comunicando-se com a cavidade bucal propriamente dita por uma abertura denominada istmo da garganta; parte laríngica, inferior situada posteriormente pelo esôfago. Não existe limites precisos entre as três partes da faringe, trata-se de um canal que é comum à passagem do alimento ingerido e do ar inspirado.

Laringe
            É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que além da via aerífera é órgão de fonação, ou seja, de produção de som. Coloca-se anteriormente à faringe e é continuada diretamente pela traquéia.
- esqueleto da laringe: é formada por cartilagem e a maior delas é a tireóide, também de grande importância encontramos a cartilagem cricóide, a aritenóide e a epiglótica.
- cavidade da laringe: quando se observa em corte sagital, o que chama a atenção de imediato é a presença de uma fenda antero-posterior que leva a uma pequena invaginação, o ventrículo da laringe. Esta fenda está delimitada por duas pregas: uma superior a prega vestibular e outra inferior a prega vocal. As pregas vocais são constituídas pelo ligamento e músculos vocais, revestidos por mucosa, e o espaço existente entre elas é denominado rima glótica. Para que se produza o som laríngeo, ao nível das pregas vocais, a laringe possui numerosos músculos, denominados músculos intrínsecos da laringe que podem aduzir ou abduzir as pregas vocais que interfere na tonalidade do som produzido.

Traquéia e brônquios
            A laringe segue-se à traquéia, estrutura cilindróide constituída por uma serie de anéis cartilagíneos incompletos, em forma de C, sobrepostos e ligados entre si pelos ligamentos anulares. A parede posterior, desprovida de cartilagem, constituem a parede membranácea da traquéia que apresenta musculatura lisa o músculo traqueal. A cartilagem proporciona rigidez suficiente para evitar que entre em colapso. A traquéia tem um ligeiro desvio para direita próximo a sua extremidade inferior,m antes de dividir-se em dois brônquios principais , D e E, que apresentam estruturas semelhantes à da traquéia e são também denominados brônquios de primeira ordem. Cada brônquio principal da origem aos brônquios lobares ou de segunda ordem, que ventilam os lobos pulmonares. Estes dividem-se em brônquios segmentares ou de terceira ordem, que vão ter aos segmentares sofrem ainda sucessivas divisões antes de terminarem nos alvéolos pulmonares.

Pleura e pulmão
            Os pulmões direito e esquerdo, são órgãos principais da respiração e estão contidos na cavidade torácica. Cada pulmão esta envolto por um saco seroso completamente fechado, a pleura, que apresenta dois folhetos: a flora pulmonar que reveste a superfície do pulmão e matem continuidade com a pleura parietal que recebe a face interna da parede do tórax. Entre as pleuras há um espaço virtual, a cavidade da pleura, contendo uma película de líquido de espessura capilar que permite o livre deslizamento de um folheto sobre outro nas constantes variações de volume dos pulmões .
            Os pulmões são órgãos em forma cônica apresentando um ápice (superior), uma base e duas faces: costal (em relação com as costelas) e medial (voltadas para o mediastino). A base descansa sobre o mediastino, e temos aí a face diafragmática. Os pulmões dividem-se em lobos cujo numero é de 3 para o direito e 2 para o esquerdo. No homem os lobos do pulmão direito: superior, médio e inferior, são separados entre si por fendas profundas, as fissuras obliquas e horizontal. Já o pulmão esquerdo com seus dois lobos superior e inferior apresenta apenas a fissura obliqua.
            Na sua face medial cada pulmão apresenta uma fenda em forma de raquete, o hilo do pulmão, pelo qual entram ou saem brônquios, vasos e nervos pulmonares, constituindo a raiz do pulmão.

SISTEMA DIGESTÓRIO
            Para que o organismo se mantenham vivo e funcionante é necessário que ele receba um suprimento constante de material nutritivo. Muitos dos alimentos ingeridos precisam ser tornado solúveis e sofrer modificações químicas para que sejam absorvidos e assimilados, nisto consistindo a digestão. Assim sua funções são as de preensão dos alimentos e a expulsão dos resíduos.
Divisão do sistema digestivo
            Reconhecemos no sistema digestivo um canal alimentar e órgãos anexos.
            O canal alimentar inicia-se na cavidade bucal, continuando-se na faringe, esôfago, estomago, intestinos (delgado e grosso) para termina no reto, que se abre no meio externo através do anus. Entre os órgãos anexos incluem-se as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas.

Boca
            É limitada pelos lábios, a rima bucal e posteriormente coma parte bucal da faringe, lateralmente pelas bochechas, superiormente pelo palato e inferiormente por músculos que constituem ao assoalho da boca. Nesta cavidade fazem saliência as gengivas, os dentes e a língua.

Palato
            O teto da cavidade bucal está constituída pelo palato e neste reconhecemos o palato duro anterior e ósseo e o palato mole posterior e muscular. O palato separa a cavidade nasal da cavidade bucal. Do palato mole, no plano mediano projeta-se uma saliência cônica, a úvula e posteriormente duas pregas denominadas arco palatoglosso (mais anterior) e arco palatofaríngeo, e entre os arcos há uma fossa tonsilas onde fica a tonsila palatina.

Língua
            É um órgão muscular revestido por mucosa e que exerce importantes funções na mastigação, na deglutição, como órgão gustativo e na articulação da palavra. O dorso da língua possui o sulco terminal e as papilas linguais onde a maior delas são as papilas valadas.

Dentes
            Implantados em cavidades da maxila e da mandíbula, denominados alvéolos dentários. No homem adulto há 32 dentes, sendo 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares. A dentição primaria “de elite” com 20 dentes tem inicio a partir dos 6 meses de idade.

Glândulas salivares
            São responsáveis pela secreção de saliva e apesar de numerosas, só nos interessam as chamadas extraparietais que compreendem 3 pares de glândulas: parótidas, submandibulares e sublinguais.
- glândula parótida: localizada lateralmente na face e anteriormente ao pavilhão do ouvido. Seu canal excretor, o ducto parotídico, abre-se no vestíbulo da boca ao nível do 2º molar superior. O seu processo infeccioso (parotidite) é conhecido com o nome de caxumba.
- glândula submandibular: localiza-se inferiormente à parte mais inferior da parótida, protegida pelo corpo da mandíbula. O ducto submandibular.
- glândula sublingual: é a menor das três, situando-se lateral e inferiormente a língua sob a mucosa que reveste o assoalho da boca.

Faringe
            A musculatura da faringe é estriada na deglutição o palato mole é elevado bloqueando a continuidade entre a parte nasal da faringe e o restante desse tubo muscular. Desse modo o alimento é impedido de passar à nasofaringe e , eventualmente de penetrar na cavidade nasal. Por outro lado a cartilagem epiglótica fecha a adito da laringe, evitando que o alimento penetre no trato respiratório.

Esôfago
            É um tubo muscular que continua a laringe e é continuado pelo estômago. No tórax o esôfago situa-se ventralmente à coluna vertebral e dorsalmente à traquéias. Para empurrar o bolo alimentar ele realiza movimentos peristálticos.

Estômago
            É uma continuidade do esôfago logo abaixo do diafragma com sua maior porção à esquerda do plano mediano. Apresenta dois orifícios: um proximal de comunicação com o esôfago o óstio cárdico, e outro distal, óstio pilórico, que se comunica com a porção inicial do intestino delgado o duodeno, estes óstios formam um mecanismo de abertura e fechamento para regular entrada e saída de alimentos formado pelo piloro e pela cárdia. Descrevem-se no estômago as seguintes partes: parte cárdica, fundo, corpo, parte pilórica.

Intestino delgado
            Subdivide-se em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo.
            No duodeno desembocam os ductos colédoco (que traz a bile) e pancreático (que traz a secreção pancreática).
            O jejuno por não ter limite nítido com íleo pode ser descrito em conjunto como jejuno-ileo é a porção móvel do intestino delgado terminando no inicio do intestino grosso onde se abre pelo ostio-ileo-cecal.

Intestino grosso
            É a porção terminal do canal alimentar sendo mais calibroso e mais curto que o intestino delgado e é subdividido da seguinte forma: cécum, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide, reto.

Fígado
            É o mais volumoso órgão da anatomia, localizando-se imediatamente abaixo do diafragma e a direita, embora uma pequena porção ocupe também a metade esquerda do abdome. Trata-se de uma glândula que interfere no metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, seja secretando a bile e participando dos mecanismos de esfera. Duas faces são descritas no órgão: diafragmática e visceral. Nesta face distinguem-se quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado.
            Entre o lobo direito e o lobo quadrado se situa a vesícula biliar.

Pâncreas
            Depois do fígado é a glândula anexa mais volumosa do sistema digestivo. Situa-se posteriormente ao estomago, em posição retroperitoneal, estando portanto fixada a parede abdominal posterior, possui cabeça, corpo e cauda. É uma glândula endócrina e exócrina. A secreção endócrina é a insulina e a exócrina o suco pancreático que é liberado no duodeno.                                                                  

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